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Eleições Brasil – Informe 3

Haddad já é o favorito e deve enfrentar Bolsonaro no 2º turno. PSDB fora da disputa pela primeira vez desde 1989 e eleições para os governos estaduais

Eleições Brasil – Informe 3 (27/9/2018)
RogerioTomaz.Com

1. Haddad já é o favorito e deve enfrentar Bolsonaro no 2º turno

Todas as pesquisas demonstram o forte crescimento de Fernando Haddad desde que ele foi confirmado, no dia 11 de setembro, como o candidato do PT à presidência. O ex-prefeito de São Paulo já vinha sendo incluído nas sondagens, mas o máximo patamar que obteve antes da sua confirmação foi 8% dos votos (Ibope, 11/9).

Na primeira semana conduzindo sua própria campanha, Haddad cresceu em média mais de um ponto percentual por dia e apareceu no Ibope do dia 18 com 19%. Na última quarta-feira (26), ele apareceu com 21% em outra pesquisa do Ibope, enquanto Bolsonaro figura com 27%.

Haddad x Bolsonaro

Há fortes suspeitas entre analistas independentes que Haddad está sendo mantido artificialmente no limite inferior da margem de erro. Por outro lado, suspeita-se que Bolsonaro esteja sendo colocado no limite superior da margem de erro. Vale tudo para fortalecer entre o eleitorado a impressão de uma liderança consolidada do candidato da extrema-direita.

Entretanto, em muitos estados com grande peso eleitoral, como Minas Gerais (16%), Rio de Janeiro (14%) e Bahia (33%), as intenções de voto do petista – segundo a última pesquisa Ibope – ainda estão bem abaixo do que se espera, com base no primeiro turno das eleições de 2014, quando Dilma teve, respectivamente 43,5%, 35,6% e 61,4% nestes estados.

Nas simulações para o 2º turno, Bolsonaro já perde para todas as candidaturas testadas, exceto para Marina Silva, com quem aparece empatado. E a rejeição do militar é a maior disparada entre todos os contendentes, com 44%, seguido de Haddad e Marina, ambos com 27%. Mais detalhes da mais recente pesquisa do Ibope estão disponíveis aqui.

2. PSDB fora da disputa pela primeira vez desde 1989

A se confirmar o cenário provável de 2º turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, será a primeira vez que o PSDB ficará fora da disputa polarizada contra o PT desde 1989. O PSDB é o maior partido orgânico da direita neoliberal brasileira e venceu as eleições presidenciais de 1994 e 1998, ambas com Fernando Henrique Cardoso, no primeiro turno.

Geraldo Alckmin conseguiu atrair os partidos do chamado “centrão” – que é direita fisiológica, na verdade – para a sua coalizão, mas não logrou convencer a população brasileira de que é o melhor nome para impedir o PT de conquistar a sua quinta vitória consecutiva nas eleições presidenciais. O ex-governador de São Paulo segue estacionado com um dígito nas intenções de voto. No último Ibope, teve apenas 8% da preferência do eleitorado.

Num evento do mercado financeiro, na semana passada, representantes das principais corretoras de investimento confirmaram que o setor já desistiu de Alckmin. De 23 gestores ouvidos pela reportagem do site Infomoney, “apenas dois apontaram que o mercado ainda conta com o tucano como um candidato com viabilidade eleitoral”.

Geraldo Alckmin e PSDB fracassaram
3. Eleições para os governos estaduais (parte 1 – Nordeste)

– Alagoas: o atual governador Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros, vai vencer em primeiro turno com facilidade. Nas últimas pesquisas tem aparecido com 65% das intenções de voto. Na eleição presidencial, apoia Fernando Haddad.

– Bahia: Rui Costa (PT) disputa a reeleição e vai vencer no primeiro turno. Aparece com 60% da preferência do eleitorado e o segundo colocado não chega a 10%.

– Ceará: Camilo Santana (PT) deve se reeleger. Tem aparecido com mais de 60% nas sondagens. No plano nacional é ligado a Ciro Gomes (PDT), que também é do Ceará, mas não faz campanha aberta pelo pedetista para não gerar atrito com o PT.

– Maranhão: Flávio Dino (PCdoB) deve se reeleger, mas há uma pequena possibilidade de segundo turno contra a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), filha do ex-presidente José Sarney. Nas pesquisas mais recentes, Dino aparece entre 48 e 55% da preferência popular. O ex-juiz é do partido de Manuela D’Ávila, candidata a vice na chapa de Haddad.

– Paraíba: O governador Ricardo Coutinho (PSB) deve eleger o seu sucessor, João Azevedo, também do PSB, mas a disputa será apertada e vai para o segundo turno. O adversário de Azevedo é Zé Maranhão (MDB). As pesquisas têm apontado pequena vantagem de Azevedo, que apoia Haddad na eleição presidencial e tem o apoio de Lula e do PT.

– Piauí: Wellington Dias (PT) deve se reeleger, com grande possibilidade de vencer já no primeiro turno. No momento, aparece nas pesquisas com 46%.

– Sergipe: No menor estado do Brasil acontece a disputa mais apertada destas eleições. Três candidatos estão tecnicamente empatados nas pesquisas: Valadares Filho (PSB), Belivaldo Chagas (PSD) e Eduardo Amorim (PSDB). Embora seja do PSB, Valadares Filho votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Por isso, o PT de Sergipe apoia Belivaldo Chagas e indicou a petista Eliane Aquino como vice na chapa dele, que é o atual governador do estado.

Mais detalhes sobre as eleições nos estados podem ser consultadas em matéria do Infomoney.

Rogério Tomaz*
De Brasília

*Jornalista responsável pelo site www.rogeriotomaz.com

 

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