Censura a Lula e ao PT, Bolsonaro estável, Alckmin patina e potencial de Haddad
Eleições Brasil – Informe 1 (5/9/2018)
RogerioTomaz.Com
1. Censura a Lula e ao PT
Além da perseguição judicial que Lula enfrenta, o que o levou à prisão antes de que se esgotem os recursos de apelação num processo cujas condenações em primeira e segunda instância bateram recordes de celeridade e foram marcadas pela falta de provas materiais de qualquer crime, o líder de todas as pesquisas e favorito para vencer a eleição no primeiro turno tem agora contra si uma operação de censura à sua participação na campanha do PT.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e os partidos da direita pseudoliberal são os promotores do ataque à liberdade de expressão de Lula e do PT. E esses ataques encontram abrigo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como demonstrou na última sexta-feira (31) o ministro Luis Roberto Barroso, que decidiu pela impugnação da candidatura de Lula e pretendia até proibir que o líder petista aparecesse no programa eleitoral da chapa do PT. Em medida inédita na história, assim como tantas outras contra Lula, Raquel Dodge ameaça cobrar do PT a devolução do dinheiro do fundo partidário usado em propaganda eleitoral.
Ainda existem recursos de apelação para garantir a candidatura de Lula, cujos direitos políticos foram defendidos pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, mas têm sido ignorados e violados pela Justiça brasileira. O PT está lutando por isso e pela liberdade de expressão política do ex-presidente que hoje é um preso político.
2. Bolsonaro estável, Alckmin patina
Apesar de todas as barbaridades que tem disparado nas entrevistas, debates e atos públicos, Jair Bolsonaro (PSL) não dá sinais de perda de eleitorado nas pesquisas.
Esta primeira semana do programa eleitoral de rádio e televisão será decisiva para que os seus adversários – especialmente Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) – consigam tirar a comodidade do candidato da extrema-direita.
Alckmin, ex-governador de São Paulo em quatro ocasiões, possui o maior tempo de propaganda: 5’32” contra 2’23” do PT, 1’55” de Henrique Meirelles, 40” de Álvaro Dias, 38” de Ciro Gomes e 21” de Marina Silva. Resta saber se esse tempo será suficiente para o candidato do PSDB avançar em relação a Bolsonaro e os demais adversários. Diante de tal cenário, a campanha de Alckmin decidiu atacar o viúvo da ditadura militar, usando a sua conhecida misoginia e o descontrole emocional.
3. Potencial de Haddad
Todos os analistas, mesmo os inimigos mais viscerais da esquerda, sabem que o candidato do PT, seja Lula ou Fernando Haddad, estará no 2º turno. Na verdade, se Lula tiver a candidatura autorizada, ele deverá receber mais de 50% dos votos válidos e ganhar já no primeiro turno.
Alberto Carlos Almeida, cientista político e maior especialista em eleições do Brasil, dá como certa a confirmação do ex-prefeito de São Paulo como candidato petista e projeta a sua liderança da disputa já no primeiro turno. “A subida de Haddad ocorrerá quando ele se tornar candidato a presidente. Tende a ser um crescimento rápido, em aproximadamente duas semanas ele poderá estar liderando a corrida presidencial”, prevê Almeida, que é autor de vários livros sobre eleições e pesquisas de opinião.
Nas últimas sondagens, mesmo sem ter sido confirmado como candidato, Haddad chega a figurar com 6%, o que o coloca praticamente empatado com Alckmin, Marina e Ciro na disputa pelo 2º lugar. As pesquisas também indicaram que Haddad, no atual momento, tem potencial para alcançar 34% da preferência dos eleitores.
Rogério Tomaz*
De Brasília
:: No próximo Informe (sexta-feira, 7/9):
– O que aconteceria se não houvesse o golpe contra Dilma?
– Eleições para os governos estaduais
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Datas das eleições:
– 1º turno: 7 de outubro
– 2º turno (onde houver): 28 de outubro
*Jornalista responsável pelo site www.rogeriotomaz.com