A quantidade de bizarrices dos primeiros dias do governo de Javier Milei na Argentina lembra o início da gestão Bolsonaro no Brasil. Nesta quarta-feira (13), foi anunciado que o Banco Central argentino vai estatizar dívidas de empresas privadas importadoras que podem superar o montante de US$ 55 bilhões.
De acordo com o canal C5N, a decisão se justifica pela mudança no sistema de controle de importações, anunciada como uma das medidas do “Plano Motosserra” apresentado na terça-feira (12) pelo ministro de Economia, Luis Caputo.
Na prática, as empresas vão comprar títulos públicos em pesos argentinos e o governo vai pagar em dólar, para que elas paguem suas dívidas à medida que as mesmas vencem. Haverá, porém, a opção de liquidação antecipada dos títulos, sempre com pagamento em dólar. A facilidade valerá apenas para empresas importadoras de bens e serviços com dívidas pendentes.
Ainda segundo a matéria da C5N, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos na Argentina estima que o passivo das dívidas nesse âmbito supera a casa dos US$ 55 bilhões.
Chanceler
Vários meios de comunicação informaram que a ministra das Relações Exteriores de Milei, Diana Mondino, escolheu o próprio filho – Francisco Pendas – para ser o porta-voz do seu ministério. Um dos jornalistas de direita mais conhecidos do país, Eduardo Feinmann, deu a notícia no canal La Nación+ quase sem acreditar no que estava dizendo. “Isso é típico de casta!”, protestou.
O site de direita MDZ Online publicou matéria chamando a notícia de “fake news”. O título da matéria diz que a própria Diana Mondino desmentiu a história, mas a fonte citada, sem identificação, diz apenas que o filho da ministra vai trabalhar no ministério “de graça”, sem receber salário. Parece piada, mas não é.
No currículo de Francisco Pendas, administrador de empresa de 32 anos, se destaca a passagem pela empresa da família… um banco.
Confira o vídeo de Eduardo Feinmann chocado informando sobre mais um caso de nepotismo no governo de Javier Milei.